terça-feira, 2 de junho de 2009

"Diploma para DJ?"

Começou a vigorar em março uma lei que pode provocar tanto barulho quanto aquele produzido pela categoria, cuja situação pretende regulamentar.

De autoria do senador Romeu Tuma (PTB-SP), a proposta transforma a arte de mixar em profissão. Em outras palavras, DJs que animam festas, baladas e eventos precisam passar por cursos de formação (públicos ou particulares) oficialmente reconhecidos e obter registro para trabalhar. Tirar da informalidade e assegurar, aos que ainda não têm, direitos trabalhistas é, inegavelmente, um avanço. Nesse aspecto, a iniciativa aprovada pelo Congresso atende às expectativas de quem está no mercado. O problema, dizem os DJs, é que o assunto não teria sido discutido de forma mais ampla com os interessados. Há sete anos discotecando, André Caprone disse: Como fica a situação de quem já trabalha, quem vai fiscalizar o cumprimento das disposições? Outro veterano da cena eletrônica, o DJ Mora, concorda que é mesmo importante ampliar à categoria benefícios comuns aos demais trabalhadores. Seria ótimo ter esse reconhecimento. Muita gente pensa que DJ apenas se diverte, tem um hobby. Na prática, porém, essa é uma ocupação. Que dá, é claro, prazer, que promove entretenimento, mas, sobretudo, é trabalho. No entanto, Eu teria o cuidado de saber se as escolas que oferecem a tal capacitação estão preparadas. Se não vai haver espaço para oportunismo. Tocar é algo que tem muito da vocação e da sensibilidade de quem está no comando da picape. Pede interação com o público. O DJ é parte da festa e certas noções não se aprendem. É como jogar futebol. Não se aprende a jogar futebol. É da essência da pessoa. Com o DJ acontece o mesmo. Claro que é importante receber informações, ampliar o conhecimento, mas, neste caso, o que conta mesmo é o instinto, afirmam os sorocabanos. André e Mora fazem parte do seleto grupo de DJs que conseguiu se firmar na carreira. Animam média de três a quatro festas por semana, sem contar as participações em noitadas promovidas por casas famosas do eixo Rio-São Paulo. Por mês são realizados, aqui, cerca de 400 eventos (raves, bailes, baladas, etc.) que movimentam um público calculado em 120 mil pessoas. Pode variar entre R$ 100 e R$ 500 o valor que os DJs recebem para animar a festa. As cifras são tímidas, se consideradas as praticadas, por exemplo, em São Paulo. Para se ter idéia, medalhões como Zé Pedro costumam cobrar até R$ 5 mil por duas horas de trabalho.

O que diz a lei?
1) para atuar como DJ será necessário possuir registro prévio na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho;
2) o interessado terá de ser formado e apresentar diploma de curso profissionalizante reconhecido pelo MEC ou pelo sindicato da categoria, além de um atestado de capacitação profissional fornecido pelo sindicato;
3) eventos para os quais seja contratado DJ de outro país terão de ter a participação de 70% de DJs brasileiros (a regra, no caso, se aplica a festivais de música eletrônica, etc.)
E vc o que acha???

Fonte: Raves Brasil

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